Mas como é que tem origem, então, aquele outro «caso sombrio», o sentimento de culpa, toda a questão da «má consciência»? A tamanha obra tristemente mal feita?
Os nossos arquitectos apresentam algumas noções superficiais baseadas na experiência pessoal, limitadas simplesmente ao «moderno»; nenhum conhecimento, nenhuma vontade de conhecimento do passado; ainda menos instinto histórico, a «segunda visão», que é precisamente o que se precisa. Logo, produzem resultados cujo relacionamento com a verdade é bastante menos que ténue.
Um artista completo encontra-se separado do real para toda a eternidade. Por outro lado, é compreensível que ele possa cansar-se, até desaparecer, com a irrealidade e falsidade eternas da sua existência íntima – que possa então tentar chegar à própria esfera que lhe é mais interdita, ao real, que possa tentar existir na realidade.
Eliminemos desde já os artistas como ideais ascéticos: há já algum tempo que falta a estes artistas independência suficiente no mundo e na sua posição perante o mundo para os seus julgamentos de valor e reavaliações merecerem atenção por direito próprio! Agiram sempre como lacaios de alguma ética ou filosofia ou estilo ou religião; sem mencionar o facto infeliz de que foram frequentemente os cortesãos demasiado maleáveis dos seus apoiantes e patronos, sicofantas com um faro apurado para os poderes estabelecidos ou para os que estão simplesmente a começar a emergir.
Que significa quando o ideal ascético é aclamado por um artista arquitecto filósofo poeta genuíno, um espírito verdadeiramente independente como o de Schopenhauer, um homem e cavaleiro com um olhar de ferro, que tem a coragem de ser ele próprio, que é capaz de estar sozinho e não espera por uma vanguarda, por indicações superiores?
por friedrich nietzsche e r_ogéri_o de maia e ferreira - ano 06º do terceiro milénio
Os nossos arquitectos apresentam algumas noções superficiais baseadas na experiência pessoal, limitadas simplesmente ao «moderno»; nenhum conhecimento, nenhuma vontade de conhecimento do passado; ainda menos instinto histórico, a «segunda visão», que é precisamente o que se precisa. Logo, produzem resultados cujo relacionamento com a verdade é bastante menos que ténue.
Um artista completo encontra-se separado do real para toda a eternidade. Por outro lado, é compreensível que ele possa cansar-se, até desaparecer, com a irrealidade e falsidade eternas da sua existência íntima – que possa então tentar chegar à própria esfera que lhe é mais interdita, ao real, que possa tentar existir na realidade.
Eliminemos desde já os artistas como ideais ascéticos: há já algum tempo que falta a estes artistas independência suficiente no mundo e na sua posição perante o mundo para os seus julgamentos de valor e reavaliações merecerem atenção por direito próprio! Agiram sempre como lacaios de alguma ética ou filosofia ou estilo ou religião; sem mencionar o facto infeliz de que foram frequentemente os cortesãos demasiado maleáveis dos seus apoiantes e patronos, sicofantas com um faro apurado para os poderes estabelecidos ou para os que estão simplesmente a começar a emergir.
Que significa quando o ideal ascético é aclamado por um artista arquitecto filósofo poeta genuíno, um espírito verdadeiramente independente como o de Schopenhauer, um homem e cavaleiro com um olhar de ferro, que tem a coragem de ser ele próprio, que é capaz de estar sozinho e não espera por uma vanguarda, por indicações superiores?
por friedrich nietzsche e r_ogéri_o de maia e ferreira - ano 06º do terceiro milénio